Estudo dos efeitos do treino combinado (força e cardiorrespiratório) de baixo volume em jovens adultos ativos no concelho de Alcoutim: Impacto na condição física e composição corporal durante 6 semanas de treino

Abstract

Enquadramento: O treino combinado tem efeitos positivos na condição física e promove melhorias no estado geral de saúde. No entanto, poucos estudos investigaram os efeitos do treino combinado realizado com baixo volume semanal. Metodologia: Este estudo teve como objetivo identificar os efeitos do treino combinado (força e cardiorrespiratório) de baixo volume em jovens adultos ativos no concelho de Alcoutim, assim como o impacto na condição física e composição corporal durante 6 semanas de treino. Para tal foram utilizadas variáveis de estudo, tais como: Índice de massa corporal, massa corporal, percentagem de massa gorda e massa magra total, correspondente à avaliação da composição corporal. Na avaliação da força máxima, 1RM supino plano com barra e 1RM leg press. Em relação à avaliação da capacidade cardiorrespiratória, consumo máximo de oxigénio (VO2max) e o teste de cooper. A amostra foi selecionada através de jovens adultos ativos com idades compreendidas entre os 20 e os 35 anos, do concelho de Alcoutim. Um total de 16 indivíduos foram escolhidos para participar na investigação. Estes 16 indivíduos foram divididos em dois grupos, o grupo experimental (GE, n=8) e o grupo de controlo (GC, n=8). O grupo experimental foi submetido a dois treinos por semana de 50 minutos, o treino era composto por uma parte de treino de força e uma parte de treino cardiorrespiratório. Estes dois tipos de treino foram feitos de forma combinada, ou seja, um grupo realizou um treino de força durante 25 minutos, o outro grupo treino cardiorrespiratório com igual duração. Após os 25 minutos de treino, ambos os grupos trocavam. No final, cada grupo fazia 50 minutos de treino, 25 minutos de treino de força e 25 minutos de treino cardiorrespiratório. Foram avaliadas todas as variáveis de estudo, índice de massa corporal, massa corporal, percentagem de massa gorda e massa magra total, correspondente à avaliação da composição corporal. Na avaliação da força máxima, 1RM supino plano com barra e 1RM leg press. Em relação à avaliação da capacidade cardiorrespiratória, consumo máximo de oxigénio (VO2max) e o teste de cooper. Primeiramente na 1 semana foi feita a avaliação inicial das variáveis de estudo XIII acima referidas e passas 6 semanas de treino, foi realizada a avaliação final das mesmas variáveis. A normalidade dos dados e a homogeneidade das variâncias foram verificadas através dos testes Shapiro–Wilk e Levene test, respetivamente. As médias e as significâncias foram calculados para todas as variáveis e foram adotados intervalos de confiança de 95%. Utilizou-se o teste T para amostras independentes, com o objetivo de averiguar se há ou não diferenças entre as variáveis iniciais para os grupos de controlo e experimental. Foi utilizado ainda o teste T para amostras emparelhadas para podermos emparelhar o início e o fim de cada variável e verificar se existem diferenças ou não após a aplicação do mesociclo (6 semanas), entre os grupos (experimental e controlo). Considerouse estatisticamente significativo quando o valor de p<0.05. Resultados: Na recolha de dados da avaliação inicial apuramos que só o IMC era diferente entre grupos (p < 0.05). Visto que o grupo experimental teve uma média de 25.10 (zona de excesso de peso) e o grupo de controlo uma média de 22.56 (zona de peso normal). Após as 6 semanas de treino, a variável IMC deixou de ter diferenças significativas, uma vez que, ambos os grupos passaram a estar numa zona de peso normal (18,5 – 24,9). Já as variáveis supino plano com barra, leg press, VO2max e teste de cooper apresentam diferenças significativas entre grupos, após o mesociclo. Conclusões: Com base nos resultados certifica-se que o treino combinado de baixo volume em jovens adultos ativos melhora a condição física, isto porque, ao fim de 6 semanas de treino o grupo experimental obteve resultados positivos e significativos em determinadas variáveis de estudo (supino plano com barra, leg press, VO2max e teste de cooper) em relação ao grupo de controlo. Esta conclusão sugere que o baixo volume semanal pode ser uma estratégia eficiente do que as recomendações tradicionais, sem aumentar a carga interna do treino.