Políticas públicas e o desenvolvimento de comunidades pró – envelhecimento: O estudo de caso do Município de Mértola

Abstract

O fenómeno do envelhecimento na contemporaneidade requer cada vez mais uma abordagem multidisciplinar, contextualizada, mobilizadora de vários agentes e que possibilite o envolvimento efetivo desta geração de pessoas idosas na definição e operacionalização de soluções e cenários em prol do bem estar e qualidade de vida de todos/as. A área científica da Gerontologia Social e Comunitária tem demonstrado desenvolvimentos muito eficazes e assertivos na investigação-ação sobre o fenómeno do envelhecimento, fundamentada em metodologias, técnicas e estratégias direcionadas para a qualidade de vida da pessoa idosa, a nível a nível físico, psicológico, emocional e social, que promovem ambientes de bem-estar, de longevidade, de saúde, de literacia, e que têm desencadeando a inovação nas respostas sociais, mais orientadas para os diferentes perfis de envelhecimento. No contexto comunitário, a Gerontologia Social e Comunitária tem impulsionado um conjunto de estratégias que promovem a participação ativa de pessoas idosas, sob a visão das “Cidades Amigas das Pessoas Idosas” (CAPI), enquanto conceito sistémico, multidimensional e integrador das várias dimensões que compõem ambientes de bem-estar e qualidade de vida para estas pessoas, num exercício pleno de cidadania. Com o objetivo de apreciação dos efeitos das políticas públicas autárquicas na promoção das comunidades pró-envelhecimento no concelho de Mértola, segundo a orientação da CAPI recorreu-se à abordagem metodológica qualitativa, de natureza construtivista e interpretativa, e optou-se pelo estudo de caso do tipo exploratório. Neste estudo foram utilizadas as várias técnicas de recolha dados, como pesquisa e revisão bibliográfica sobre o estado d’arte, a pesquisa documental de instrumentos políticos que versam a temática do envelhecimento; foram aplicados oito inquéritos por entrevista a interlocutores principais no plano local, e foram realizados quatro grupos focais com pessoas idosas residentes em Mértola, somando um total de trinta e sete participantes. Os resultados do estudo permitem concluir que é necessário ser continuado um investimento na criação de políticas públicas que auxiliem o idoso, e que por sua vez, vão de encontro às suas principais necessidades, que estão inerentes ao seu bem estar e à sua qualidade de vida e analisadas através do modelo das Cidades Amigas das Pessoas Idosas.