Monitorização de potenciais vetores de Xylella fastidiosa, Wells et al, em diferentes parcelas de olival na região de Beja

Abstract

A Xylella fastidiosa dispersa-se a distâncias curtas através de insetos e, a longas distâncias, pelo movimento de plantas contaminadas. Em Portugal, considera-se que o risco de introdução e dispersão é elevado, tendo em conta a importação e circulação na União Europeia de material de propagação proveniente de diversas regiões, as frequentes infeções assintomáticas, que dificultam a sua deteção precoce e a presença no nosso território de espécies de insetos capazes de a dispersarem. Assim, face à importância económica da produção de azeitona na região do Baixo Alentejo e aos impactos negativos da deteção da Xylella fastidiosa nos olivais e uma vez que não existem meios de luta direta, o combate a esta doença passa essencialmente por medidas preventivas visando o vetor e o material de multiplicação. Com este estudo pretende-se identificar potenciais insetos vetores em olivais tradicionais pelo que se efetuaram várias recolhas de insetos em 6 parcelas na região de Beja através de varrimentos e armadilhas. Após separação e identificação foram detetadas duas espécies de insetos vetores, o Philaenus tesselatus e o Neophilaenus campestris e ainda outros potencias vetores como insetos do género Euscelis spp. Pelo facto do número dos potenciais vetores capturados ser baixo julgamos que a probabilidade de se encontrarem infetados é relativamente baixa. Este estudo foi limitado a uma época do ano, pelo que em estudos futuros seria interessante realizar prospeções que indiquem a variabilidade e abundância dos insetos vetores responsáveis pela propagação da Xylella fastidiosa ao longo do ano e em olivais com diversos tipos de enrelvamento.